Lições de como emprenhar aquele objeto do desejo
O voto de papel pode retornar nas velhas urnas de lona nas eleições municipais de 2016, por causa da crise econômica. A sorte é que a Justiça Eleitoral não mandou jogar no lixo as urnas que fizeram a alegria de muitos espertalhões e provocaram lamentos até em grandes campeões de votos, que se viram ‘logrados’ por causa das famosas urnas ‘emprenhadas’. O folclore político do Amazonas registra que foi Gilberto Mestrinho o criador da ‘multiplicação de votos’ e com ele ficou o apelido político que lhe deu mais dois mandatos: Boto Navegador.
Na sua primeira eleição de governador em 1958, as urnas de Benjamin Constant, onde o adversário Paulo Nery era favorito, eram trazidas por um candidato a deputado do seu partido, Nelsonhez Noronha, mas um banzeiro súbito lançou a carga de votos n’água. Um cardume de botos que passava no local foi acusado de provocar o rebuliço. Quando as urnas reapareceram no TRE dias depois, todos os votos de Benjamin eram para o ‘boto’ Mestrinho, que ‘virou’ a eleição.
FÁBIO LUCENA X JOÃO BOSCO
O campeão de votos Fábio Lucena também sofreu com a maldição das urnas emprenhadas. Em 1978 vencia a eleição disparado em Manaus pelo MDB e nos últimos dias de apuração já tinha mais de 70 mil votos na frente de João Bosco Ramos de Lima, da Arena. Mas as urnas do Alto Solimões começaram a chegar ‘entupidas’ de votos para Bosco, que acabou vencendo a eleição, depois de uma derrota no TRE e uma ‘virada’ no TSE.
MARIO FROTA X DI CARLI
A história mais hilária foi a de Mário Frota, que em 1986 disputou a eleição como virtual candidato eleito para o Senado. Vencia disparado na noite do penúltimo dia de apuração, com o adversário Carlos Alberto Di Carli já sem chances de ‘virar’ o jogo. Mário deu entrevistas como ‘senador’ e resolveu ir pra casa dormir o ‘sono dos eleitos’. Acordou ansioso pra ver seu nome nas manchetes dos jornais, mas o nome e as fotos eram de Di Carli.
BISNETO NÃO CONHECE ESTEVES
Apontado como um dos beneficiários de doações de campanha do banco BTG Pactual, o deputado federal Arthur Bisneto distribuiu ontem nota à imprensa declarando que não conhece o dirigente André Esteves nem qualquer outro dirigente do banco. Segundo Bisneto, o recurso foi repassado pela direção nacional do PSDB ao comitê financeiro da sua campanha, sem qualquer interferência sua na decisão.
TCE APARECE BEM NA FITA
O TCE-AM concorre hoje ao 12º Prêmio Innovare na Categoria Tribunal, em solenidade no salão Branco do STF. Inscrito com o “Programa Itinerante Ouvidoria Ambiental – Uma Questão de Cidadania”, o Amazonas concorre com Paraná e Rio Grande do Sul como finalistas da categoria na mais importante premiação da Justiça brasileira, que reconhece as boas e modernas práticas aplicadas nas instituições públicas. Também é a primeira vez que um Tribunal de Contas chega à final.
ROMBO EM ALVARÃES
Baseado no processo nº 1.596/2005, prestação de contas da Prefeitura de Alvares, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas está notificando o ex-prefeito Delmiro Barboza de Lima a devolver R$ 2.339.067,85 aos cofres públicos. Delmiro tem 30 dias de prazo para fazer o recolhimento.
CONVÊNIO FURADO
Em Tapauá, o rombo é de R$ 1.307.814,07 e se refere ao processo TCE nº 2043/1999, tomada de contas de convênio firmado entre a Seplan e a Prefeitura de Tapauá. O Tribunal de Contas do Estado está notificando o prefeito, à época, Benedito Ferreira de Andrade, para recolher a importância aos cofres do Estado.
CORRENDO ATRÁS DA GRANA
Os vereadores de Manaus vão ter que se apressar para aprovar ferramenta financeira que institui o Fundo de Reserva de Depósitos Judiciais e Administrativos (FRDJA), cujo projeto, do Executivo municipal, encaminhou à Câmara e se não for aprovado em 2015 não vai poder ser usado em 2016. O fundo deve alavancar a arrecadação de recursos em processos judiciais e administrativos, tributários e não tributários onde o município seja parte.
MENOS UMA
Na Câmara Federal, a Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia rejeitou projeto dele do deputado Assis do Couto (PT-PR) pelo qual seria criada área de livre comércio no município de Foz do Iguaçu (PR). O nó é que o projeto previa isenção do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos e produtos da área de tecnologia e informática, assim como eletrônicos.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.