Médicos não cumprem decisão de desligar aparelhos de mulher com doença degenerativa
María Teresa Benito Orihuela, uma peruana de 66 anos, está travando uma batalha judicial contra um hospital que se recusa a cumprir uma decisão que lhe concede o direito de morrer. A decisão judicial, proferida em fevereiro, autoriza a desconexão de Orihuela do ventilador mecânico que a mantém viva artificialmente há seis anos.
Orihuela sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em estado avançado e expressou seu desejo de morrer com dignidade. A decisão judicial atendeu ao seu pedido, reconhecendo seu direito à autonomia sobre seu próprio corpo e à morte digna.
No entanto, doze médicos do EsSalud, a seguradora pública de saúde do Peru, se recusaram a realizar o procedimento, alegando "objeção de consciência por razões religiosas". A recusa dos médicos impediu o cumprimento da decisão judicial e obrigou a família de Orihuela a recorrer à Justiça novamente.
Diante da recusa dos médicos, a juíza responsável pelo caso deu um novo prazo de 15 dias para que o hospital cumpra a determinação judicial. Em sua decisão, a juíza adverte que o hospital será punido por desacato caso a ordem não seja cumprida.
A luta de María Teresa Benito Orihuela reacende o debate sobre o direito à morte digna no Peru. O caso destaca a necessidade de regulamentação clara sobre o tema, a fim de garantir que os pacientes em estado terminal tenham seus desejos respeitados e possam ter acesso a uma morte digna e assistida.
ASSUNTOS: Mundo